segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pagu é força*


Pagu é força
das páginas abertas
de uma memória feminina.
Pagu, menina
é Solange Sohl,
Irmã Paula, G. Léa,
tudo e nada.
Pagu, feminina
é PT, Mara Lobo e Ariel
perdida e Luda:
simplesmente, Pagu.
Poesia de verdade
liberdade desnuda
Pagu, mulher ...
* baseado numa pesquisa de Lúcia Santaella, livro Miniaturas.

sábado, 2 de janeiro de 2010

RECEITA DE ANO NOVO


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade

Lula, o Filho do Brasil

Lula, o Filho do Brasil

Não quero fazer uma crítica ao filme, mas falar do sentimento ao assistir a esse filme. Muito linda a relação de Lula com a mãe e essa trajetória de vida. Quem conhece o sertão e a pobreza compreende o magnetismo desse filme. Se eu colocar o intelecto e as leituras de Faculdade como centro, posso até tentar criticar algumas cenas, como a cena da perda do dedo desse operário ou o roteiro e outras coisas que aprendemos... Mas, quem já comeu rapadura com farinha na infãncia pra fingir que não existe fome, não pode se perder por esse caminho e precisa dizer que valeu a pena sim, melhor ainda se fosse possível sem partidos, sem alianças, mas como a mãe Lindu já dizia- muitas vezes, precisamos recuar...É bom saber que Lula é filho do Brasil e mesmo sabendo que outros Lulas não encontram a mesma mãe, vejo que ainda podemos ter esperança e teimar sempre.

Se eu colocar o repúdio aos partidos como centro, posso até tentar acreditar que ali esconde uma campanha eleitoral... Mas, não consigo não sentir orgulho de ter um Lula como presidente, mesmo sabendo que outros Lulas não encontram a mesma mãe e novamente, vejo que ainda podemos ter esperança e teimar sempre.